quarta-feira, 16 de março de 2011

Água valendo mais que o petróleo

Água valendo mais que petróleo. A possibilidade parece absurda, mas caminha rapidamente para se tornar realidade em escala mundial - já é assim em algumas partes do mundo. O planeta enfrenta hoje um dos seus maiores desafios: evitar o esgotamento das fontes de água doce e o colapso do abastecimento. As reservas de recursos hídricos diminuem a uma velocidade assustadora. O consumo supera em muito a capacidade da natureza de repor os estoques. Os mananciais secam e se desperdiça até mesmo a água fornecida pela chuva.
A grande commodity do século 21 é a água. Commodity é como os mercados internacionais classificam mercadorias que podem ser comercializadas imediatamente ou a longo prazo (mercado futuro). Petróleo, soja, minério de ferro, cacau e milho são alguns dos exemplos de produtos que se encaixam na definição. A água já entrou neste rol. Ela desperta o interesse de grandes corporações internacionais, passa a ser ponto de negociação em tratados comerciais internacionais, representa a oportunidade de lucros - grandiosos, por sinal.
Elemento que representa a existência de vida na Terra, a água pode se transformar em sinônimo de doenças. Todas as esferas de governo apontam a contaminação da água consumida como a maior causa de doenças (e mortes) em países pobres ou em desenvolvimento. Investir pesadamente em saneamento básico e garantir o acesso à água tratada e de qualidade para toda a população é o caminho mais curto para a redução das taxas de mortalidade infantil, enfatiza a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Além da questão de saúde pública, cientistas destacam que precárias condições sanitárias representam séria ameaça aos mananciais. Esgoto sem tratamento e lixo contaminam os recursos hídricos, penalizando a população duplamente - consome água sem condições de potabilidade e condena os mananciais, que não poderão ser utilizados no futuro.
A organização das cidades sempre levou em consideração a disponibilidade de água. O Rio de Janeiro, por exemplo, é uma cidade que faz alusão à água em seu próprio nome. O que se vê hoje é uma corrida contra o tempo. A necessidade de preservação de rios, lagos e lagoas é uma exigência para a manutenção da qualidade de vida do carioca. Pólo da segunda maior região metropolitana do País, o Rio de Janeiro enfrentou ao longo de sua história a destruição/contaminação de importantes fontes de água doce. Reverter tal quadro se tornou indispensável para garantir o abastecimento de água, bem como reduzir os efeitos das enchentes na cidade.
O processo de preservação e recuperação dos recursos hídricos conta com um importante aliado nas escolas. A Educação Ambiental assume papel primordial na conscientização dos estudantes sobre a importância de se combater o desperdício de água, evitar o despejo de lixo em rios, lagos e lagoas, proteger os ecossistemas aquáticos, bem como envolver a comunidade em ações de conservação. O papel da escola como elemento agregador de esforços é reforçado pela análise e discussão das condições ambientais de cada região. A partir daí, a implementação de ações de caráter preservacionista ganha mais força.

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