quarta-feira, 16 de março de 2011

Dia 21 de Março -DIA NACIONAL DA TERRA E MUNDIAL DA FLORESTA

"A 258 Km da superfície da Terra podemos observar os rasgões nas florestas, a expansão urbana e a poluição dos oceanos.
A maioria das pessoas não tem idéia do grau de destruição ambiental.
De lá de cima, a gente olha em redor e vê uma devastação mundial."
(M. Runco, astronauta americano, ônibus espacial, 1993/1999)



CONTRIBUIÇÕES INDIVIDUAIS PARA A SUSTENTABILIDADE

1. Seu voto é um poderoso instrumento de mudança. Escolha os governantes por seu histórico. Devemos eleger pessoas honestas e competentes, que defen­dam nossos direitos constitucionais e promovam ações em prol da manutenção e melhoria da qualidade ambiental e, em conseqüência, da melhoria da qualida­de de vida.

2. Expresse sua insatisfação sempre que os seus direitos de um ambiente ecologicamente equilibrado forem desrespeitados; acione os órgãos ambientais locais e federais. Tenha sempre, à disposição, os telefones dessas instituições. Telefone, envie mensagens eletrônicas, cartas ou qualquer outro meio de comu­nicação. Manifeste seu descontentamento.

3. Conheça a legislação ambiental distrital e federal. Ela é um poderoso instru­mento de ação, indispensável para exercermos nossos direitos.
A legislação ambiental brasileira favorece, em primeiro lugar, as reivindicações vindas de associações. Forme e participe de associações comunitárias, que re­presentam a forma mais eficaz de atuação democrática.

4. As árvores de sua rua e de sua cidade são um patrimônio público. Elas tornam o microclima mais ameno, reduzem a poluição atmosférica e sonora, além de embelezar e alegrar o ambiente. Para cortá-Ias, necessita-se de uma autorização especial. Exija a apresentação dessa autorização, se alguém a estiver cortando. Caso não haja, comunique o fato, imediatamente, aos órgãos ambientais e, em última instância, aos bombeiros e/ou à polícia.
Informe-se sobre as espécies de árvores mais adequadas a serem plantadas, em ambiente urbano. Algumas possuem raízes que arrebentam tubulações e pavi­mentações, outras liberam excesso de grãos de pólen (alergias).
Ainda persiste o hábito errado de pintar, de branco, o tronco das árvores, como um tipo de "ornamentação". Além de ser esteticamente discutível, a pintura impermeabiliza o tronco e prejudica sua transpiração. Não permita que isso aconteça.
Em sua associação, estimule as práticas de plantio em seu bairro. Cadastre as árvores plantadas (uma pequena plaqueta de alumínio, com o nome da árvore, quando foi plantada e quem a plantou).

5. Depois do tráfico de drogas, o tráfico de animais silvestres movimenta somas impensáveis de dólares, em todo o mundo. A maior parte dos animais trafica­dos, morre. Desestimule essa prática criminosa, prevista no art. 29 da lei dos Crimes Ambientais (lei 9.605/98 e Decreto 3.179/99). Não compre animais silvestres, peles ou quaisquer produtos extraídos de animais silvestres. Quando, em viagem, encontrar pessoas vendendo animais silvestres (micos, tatus, pacas, papagaios e outros), pare e converse com as pessoas. Estimule-as a procurar outras formas de sobrevivência.
A caça esportiva não deixa de ser uma prática primitiva, cruel e desigual. Esse massacre, disfarçado em "esporte", não deve ser aceito. O animal caçado não tem chances.

6. Precicle, sempre que for possível. Preciclar é dar preferências a produtos que exibam cuidados com o ambiente (como: sprays que não contenham CFCs, gases que agridem a camada de ozônio que nos protege dos raios solares cau­sadores de câncer de pele, devem ser evitados). Ao deixar nas prateleiras aque­les produtos de empresas que ainda não têm responsabilidade socioambiental, estaremos estimulando as empresas responsáveis e punindo as desatualizadas.
Geladeiras e aparelhos de ar-condicionado velhos desprendem CFCs para a at­mosfera. Substitua-os o mais breve possível.

7. O lixo representa um dos maiores problemas ambientais urbanos. A despeito dos avanços em reciclagem e reutilização, a estratégia mais recomendada é a reducão da produção de resíduos. Reduza a produção de lixo. Dê preferência a produtos que não tragam embalagens não recicláveis.
Apoie iniciativas de preciclagem, reciclagem e redução de uso dos recursos na­turais. Cada item reciclado significa menos consumo de água, energia elétrica, desflorestamentos e matéria-prima, de uma forma geral.

8. As fraldas descartáveis poluem o ambiente por, no mínimo, 500 anos. Dê preferência às fraldas de pano.
Na cozinha, em vez de toalhas de papel (não recicláveis), utilize panos. Esses, uma vez lavados, estão prontos para a reutilização.

9. Utilize o fogão racionalmente: fogo brando e panelas-de-pressão ajudam a economizar gás. Utilize o forno, com moderação. Aproveite seu calor para assar/ aquecer coisas diferentes.

10. A água potável é um produto em escassez no mundo. Economizar esse recurso é um dever de todos. Ao escovar os dentes, tomar banho, lavar louça, fazer a barba, mantenha a torneira fechada enquanto não usa o fluxo de água.

11. Evite comprar produtos em embalagens de isopor. O polietileno permanece poluindo o ambiente por mais de 500 anos.

12. Economize energia elétrica. Ao fazer isso, a demanda por energia elétrica será contida e não precisaremos construir mais hidrelétricas (causam sérios danos ambientais). Utilize os eletrodomésticos racionalmente. O chuveiro e o ferro de passar são os maiores vilões. Instale lâmpadas fluorescentes com­ pactas, mais modernas, que iluminam da mesma forma e gastam até 80% menos.
Mantenha os rádios, cd-players e televisores desligados, se não houver alguém os utilizando. Ao sair de um ambiente, desligue as luzes.

13. Ao efetuar suas compras, reduza-as ao mínimo necessário. Todos os produ­tos que você adquire geram impactos sobre o ambiente.

14. Passamos boa parte de nossas vidas no trabalho. Há necessidade de rever­mos alguns hábitos: prefira copos de vidro, em vez de copos descartáveis. Caso ainda use copos descartáveis, adote um copo para o dia todo; utilize os versos dos papéis usados; dê preferência à lapiseira, em vez de lápis; ao fazer cópias (tipo xerox ou outra), utilize os dois lados do papel; ao microcomputador, só dê a ordem de imprimir quando tiver certeza de que o texto está como você quer; faça sugestões para reduzir o impacto ambiental gerado em seu setor. Contribua para que a coleta seletiva seja um sucesso.

15. Sobras de tintas não podem ser levadas ao lixo. Doe-as para serem utilizadas até o fim.

16. Baterias de celulares e pilhas não podem ser dispostas no lixo. Possuem metais pesados perigosos, como o chumbo e o cádmio que poluem as águas subterrâneas (cancerígenos). Esses produtos devem receber uma destinação especial. Há leis que obrigam os fabricantes a recolhe-las. Muitas empresas já dispõem de recipientes para receber baterias descartadas.

17. O fumo é a maior fonte de poluição dos ambientes internos de trabalho. Não fume e nem permita que seus colegas fumem no ambiente de trabalho. Aos viciados, as áreas externas são as mais indicadas. Na verdade, o mais indicado seria parar de fumar.

18. Exija que a escola de seus filhos trate a questão ambiental. Participe das atividades escolares-comunitárias. Incentive os jovens a seguir as novas carreiras criadas na área ambiental.

19. Informe-se sobre o Plano Diretor de sua cidade. Participe das audiências públicas que definem a viabilidade ambiental de obras urbanas.

20. Os transportes consomem 20% da energia gasta pelo ser humano. Os carros representam a última solução de locomoção. O transporte individual, oneroso e preju­dicial ao ambiente, por interesses de grupos, tomou o lugar do transporte coletivo. Enquanto esse quadro não muda, podemos adotar alguns cuidados para reduzirmos o impacto negativo de seu uso: racionalize o uso do carro. A carona solidária é um bom começo; adquira o hábito de calibrar os pneus de seu carro, no mínimo, uma vez por mês. Pneus descalibrados são a maior fonte de desperdício de combustível. Sempre que possível, substitua o uso do carro para ir a lugares mais próximos, por uma caminhada. Não tem sentido deslocar uma tonelada de ferro para tra­zer 100 gramas de pão!
Leia atentamente as instruções do fabricante de seu carro. Os manuais atuais trazem muitas recomendações a respeito de formas menos impactantes de se utilizar um veículo:
- Evite arrancadas bruscas. Elas denotam nervosismo, arrogância e exacerbação da competitividade. Causam desgaste prematuro de diversos componentes mecânicos, além de contribuir para a poluição atmosférica e sonora, e somar­-se a fatores que tornam o ecossistema urbano estressante.
- Ao substituir os pneus, não os deixe expostos. Entregue-os para reciclagem       (são transformados em óleo combustível).
Em nenhuma hipótese permita a incineração de pneus ou plásticos. A quei­ma desses produtos libera gases tóxicos para o ar atmosférico (ácido clorídri­co), muitos deles cancerígenos (dioxinas). Essa incineração constitui-se em crime ambiental, previsto em lei.
- Pneus ao ar livre terminam acumulando água, abrigando focos de insetos transmissores de diversas doenças (dengue, por exemplo). Ao guardar pneus, faça-o a fim de deixá-Ios protegidos.
- Comprar pneus usados, importados, significa comprar resíduos de outros países. A forma que os países ricos encontraram para ficar livres dos pneus usados, cuja reciclagem é complicada, foi transferi-Ios para os outros. Gaste mais um pouco e compre um produto ambientalmente correto. A maioria dos pneus atuais já é reciclável e reaproveitada.
- As brecadas bruscas poluem o ar (fumaça e emissão de partículas de desgas­te, tanto dos pneus e da pista, quanto das pastilhas e lonas de freio), assus­tam as pessoas e tornam o ambiente mais estressado. Evite-as.
- As lonas e pastilhas de freio à base de asbestos (amianto), no atrito, produ­zem um pó cancerígeno (pulmão). Ao trocar esses componentes, leia atenta­mente as instruções e dê preferência a produtos que não incluam essas subs­tâncias na sua constituição.
- Ao trocar o óleo do motor, faça-o somente em locais adequados (postos de serviços). Ali o óleo é reunido e levado para re-refino, transformado em óleo combustível industrial e graxas. Óleos usados, despejados em vias públicas ou esgotos, terminam poluindo os mananciais de água.
- Ao lavar seu carro, utilize apenas produtos biodegradáveis. Utilize baldes, em    vez de mangueiras ou, então, mangueiras com controle de fluxo. Utilize a menor quantidade de água possível. O Brasil é um dos poucos países que ainda utiliza água tratada para lavar carros. Prefira lavar seu carro em lava-a­ jatos. O custo termina sendo menor. Dê preferência aos que não usam pro­dutos químicos não-biodegradáveis ou à base de petróleo. Certifique-se que a água utilizada vai para a rede de esgotos ou escorre para corpos d'água, sem tratamento. Caso afirmativo, troque de lava-a-jato e reclame.
- O sistema de exaustão de seu veículo (escapamento) não pode ter vazamentos. O Código Nacional de Trânsito prevê multas pesadas para a poluição sonora, bem como a Legislação Ambiental. Mantenha seu carro silencioso, em respeito ao próximo e à sua própria saúde. Afinal, o barulho é um dos maiores estressores do ambiente urbano.
Utilize a buzina apenas em caso de reconhecida necessidade (advertên­cia, segurança). Chamar alguém, buzinando, é descortês, além de poluir o ambiente.

21. Programe um fim-de-semana diferente. Leve seus familiares para um pas­seio ao campo.

22. Participe das iniciativas em prol da construção de ciclovias em sua cidade.

23. Informe-se quanto às questões ambientais e divulgue seus novos conheci­mentos; ao ler jornais e/ou revistas, atente para os artigos da questão ambiental.

24. Coopere, participe e envolva-se nas ações de proteção e melhoria da quali­dade ambiental; dê seu apoio às iniciativas das associações comunitárias; exerça seus deveres e direitos de cidadania e principalmente...

25. Adote a não-violência. Trabalhe para a Paz e para a Solidariedade.

Trecho extraído do livro:
"Dias, G. F. 2002. Iniciação à Temática Ambiental. São Paulo: Gaia."

"A educação é aquilo que permanece depois de esquecermos tudo o que nos foi ensinado." (Halifax)

"Não podes ensinar nada a um homem, pode apenas ajudá-lo a encontar a resposta dentro dele mesmo". (Galileu Galilei)


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